Poucos são os momentos em que nós realmente aprendemos ou confirmamos algo sobre nós mesmos. Sócrates já sabia isso muito bem e, por esse motivo, cunhou a expressão "Conhece-te a ti mesmo", prevendo o fenômeno de citações que se tornaria, junto com o Teatro Mágico.
Dito isso, passei por um instante de autorrevelação (maldita reforma) no outro dia, enquanto ouvia CBN. Não sei se vocês já prestaram atenção (falo aqui com todos os três leitores do meu blog. Te amo, mãe), mas a Intel tem feito uma campanha usando a temática de seus funcionários nerds. Assim ela tem diferenciado a empresa dizendo que todos lá respiram tecnologia.
Uma das peças dessa campanha é o anúncio (falso, pois é) de uma palestra. Em tom grandioso, o locutor declara que haverá um bate-papo com um dos maiores engenheiros dos últimos tempos. Ouvindo isso, não achei nada. No entanto, ele anuncia a seguir "o inventor da tecnologia USB!". Realmente me peguei perguntando para o rádio "nossa, quando?". Seguiu-se a vinheta da Intel, a identificação da propaganda e minha cara de bobo. É, me conheço melhor. E sou nerd.
21 de agosto de 2009
17 de agosto de 2009
Feliz aniversário, Kind of Blue!
Há exatos cinquenta anos era lançado um dos mais influentes álbuns da história do jazz. Gravado em 2 de março e 22 de abril de 1959, em Nova York, o álbum Kind of Blue foi lançado em 17 de agosto do mesmo ano. Criando uma nova linguagem musical, com improvisações baseadas em séries de escalas ao invés de em acordes maiores ou menores, Miles Davis, Julian Adderley, John Coltrane, Bill Evans, Paul Chambers e Jimmy Cobb revolucionaram os rumos do jazz e inscreveram Kind of Blue na história da música do século XX.
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9 de agosto de 2009
Amém, McLuhan.
Da BandNews TV: Igrejas evangélicas começaram a transmitir cultos pela internet. E nasce a e-greja!
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6 de agosto de 2009
Piada do dia.
Milhares de fãns assinam petição indicando Michael Jackson para o Nobel da Paz.
Não, não é brinks.
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4 de agosto de 2009
Obrigado, José Alencar.
Por continuar impedindo o Chinaglia de ser o segundo no comando do País.
Alencar é de ferro.
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1 de agosto de 2009
Tinha que ser o Chávez de novo.
A última do mais famoso xará do sobrinho do Donald: um projeto de lei que cria um novo tipo de delito, o "delito midiático". No entanto, apesar de me agradar muito a ideia de punir severamente os revisores do Estadão ou minha colega Sonia Abrão, não é esse o caso.
É considerada delitos midiáticos a divulgação de informações que atentem contra “a estabilidade das instituições do Estado”, “a paz social, a segurança e a independência da nação”, a “saúde mental ou moral pública” e a “ordem pública”, ou que “gerem sensação de impunidade ou de insegurança” na população. Imagino que Presidente usa meias estampadas com o Tio Sam ou Bochechas de Hugo Chávez não param de crescer se constituam crime. Triste.
É considerada delitos midiáticos a divulgação de informações que atentem contra “a estabilidade das instituições do Estado”, “a paz social, a segurança e a independência da nação”, a “saúde mental ou moral pública” e a “ordem pública”, ou que “gerem sensação de impunidade ou de insegurança” na população. Imagino que Presidente usa meias estampadas com o Tio Sam ou Bochechas de Hugo Chávez não param de crescer se constituam crime. Triste.
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24 de junho de 2009
Entrevistador brilhante:
Mesmo correndo o risco de acidentalmente transformar o blog no Observatório da BandNews, posto mais uma pérola do canal que traz a notícia em primeiro lugar.
Durante uma matéria sobre o roubo de um veículo por um garoto de dez anos e sua gangue de adolescentes, o repórter do canal aparece conversando com o policial à paisana que flagrou o crime. No final da notícia, ouve-se uma pergunta do entrevistador:
- E ele alcançava o pedal do carro?
Genial.
PS: Eu realmente gosto da BandNews. Só posto essas críticas porque é o único canal de TV que eu assisto e porque não tenho nada melhor pra fazer.
Durante uma matéria sobre o roubo de um veículo por um garoto de dez anos e sua gangue de adolescentes, o repórter do canal aparece conversando com o policial à paisana que flagrou o crime. No final da notícia, ouve-se uma pergunta do entrevistador:
- E ele alcançava o pedal do carro?
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PS: Eu realmente gosto da BandNews. Só posto essas críticas porque é o único canal de TV que eu assisto e porque não tenho nada melhor pra fazer.
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22 de junho de 2009
Recado para os repórteres da BandNews TV:
Não é Ér Frénce, é Ér Frânce!
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17 de junho de 2009
Evidência e retratação:
Confundi antibióticos com antinflamatórios.
Acho que estou cansado mesmo.
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A derrubada da obrigatoriedade do diploma de jornalismo era prevista. Isso, no entanto, não faz do fato algo aceitável e não diminui o tamanho da ofensa para a classe dos jornalistas. Comparando o exercício de jornalismo ao de chefe de cozinha, o presidente do STF, Gilmar Mendes, declarou que uma notícia veiculada de maneira errada não prejudica, ao contrário da prática do direito, medicina ou engenharia sem os devidos diplomas. Espero que nenhuma notícia injurie o Ministro e ele sinta na pelo quanto não pode ser prejudicado.
Os oito Ministros do STF que votaram a favor do fim do diploma com certeza não entendem que o jornalista não se resume a saber fazer lead e usar a técnica da pirâmide invertida. A única exceção à injúria aos jornalistas foi o Ministro Marco Aurélio Mello.
Não acredito que isso vá mudar em muita coisa o mercado. Afinal, já temos entrevistadores pífios e apresentadores vexatórios que se consideram jornalistas porque (pensam que) informam os expectadores. Veículos sérios provavelmente continuarão exigindo o diploma de seus jornalistas. Quanto aos outros, já não valeria a pena trabalhar neles de qualquer maneira.
Os oito Ministros do STF que votaram a favor do fim do diploma com certeza não entendem que o jornalista não se resume a saber fazer lead e usar a técnica da pirâmide invertida. A única exceção à injúria aos jornalistas foi o Ministro Marco Aurélio Mello.
Não acredito que isso vá mudar em muita coisa o mercado. Afinal, já temos entrevistadores pífios e apresentadores vexatórios que se consideram jornalistas porque (pensam que) informam os expectadores. Veículos sérios provavelmente continuarão exigindo o diploma de seus jornalistas. Quanto aos outros, já não valeria a pena trabalhar neles de qualquer maneira.
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16 de junho de 2009
Enquanto ainda dá tempo:
Da BandNews TV: "Anvisa estuda restringir a venda de antibióticos, que só poderão ser comprados com receita médica".
Amanhã mesmo passo na farmácia e começo meu estoque de diclofenaco.
Meu alter-ego é médico, não é auto-medicação.
Amanhã mesmo passo na farmácia e começo meu estoque de diclofenaco.
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13 de junho de 2009
Limpeza que se põe à mesa:
Só eu estranho a existência de tantos sabonetes com fragrâncias de sobremesas? Surpresa de Morango, Pêssego com Yogurt e Delícia de Macadâmia, na minha época, eram nomes de sobremesas de restaurantes que queriam ser chiques, mas não conseguiam. Hoje, o que a gente mais encontra nesses restaurantes é o Bolo da Vovó. Safada essa velha que vende o bolo para tantos restaurantes diferentes e, muitas vezes, concorrentes.
Lembro de ter lido, em um depoimento de uma menina que venceu a anorexia, que ela chegou ao ponto de procurar por uma tabela nutricional com quantidade de calorias na embalagem do sabonete. Se as coisas continuarem assim, não duvido que tenha mais gente fazendo o mesmo. E, se depender da Lux e Francis, pode ser até que lamber sabão deixe de ser xingamento e vire hábito. Medo do que meus netos vão encontrar.
Lembro de ter lido, em um depoimento de uma menina que venceu a anorexia, que ela chegou ao ponto de procurar por uma tabela nutricional com quantidade de calorias na embalagem do sabonete. Se as coisas continuarem assim, não duvido que tenha mais gente fazendo o mesmo. E, se depender da Lux e Francis, pode ser até que lamber sabão deixe de ser xingamento e vire hábito. Medo do que meus netos vão encontrar.
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27 de maio de 2009
Interdisciplinaridade
O meu medo de comerçar a usar o Twitter é não mais conseguir escrever nada com mais do que 140 toques.
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24 de maio de 2009
19 de maio de 2009
Jade reloaded
Excentricidade é o que não falta no cenário musical internacional. Prova disso é a existência de bizarrices como a islandesa Björk e o caso Camelo Magalhães. Mas excentricidade, com exceção óbvia da Mallu Magalhães, não é sinônimo de falta de qualidade. Uma prova é a egípcia Fatah Fatouche.
Filha de embaixadores espanhóis, a performer, que faz um pocket-show nesse sábado no Bar B, canta em árabe, espanhol e francês. Entre as prováveis faixas, estão "Chocolat" e "Voy en Taxi". Sim. É o que você está pensando. Fatouche regravou músicas cantadas pela dona da pinta mais famosa da televisão, Angélica, na época em que ela ainda não apresentava o Vídeo-Show e não se levava a sério (bons tempos).
Mais uma novidade que chega ao Brasil nessa onda árabe que parece nunca mais acabar desde que a Glória Perez colocou a Jade nos nossos corações.
Filha de embaixadores espanhóis, a performer, que faz um pocket-show nesse sábado no Bar B, canta em árabe, espanhol e francês. Entre as prováveis faixas, estão "Chocolat" e "Voy en Taxi". Sim. É o que você está pensando. Fatouche regravou músicas cantadas pela dona da pinta mais famosa da televisão, Angélica, na época em que ela ainda não apresentava o Vídeo-Show e não se levava a sério (bons tempos).
Mais uma novidade que chega ao Brasil nessa onda árabe que parece nunca mais acabar desde que a Glória Perez colocou a Jade nos nossos corações.
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8 de maio de 2009
Evitando brigas:
Tese:
- Se um homem me disse isso eu encheria ele de porrada.
- Eu sou um homem!
- Quero dizer, um homem muito menor! (ALLEN, Woody)
Justificativa:
Coragem desmedida e estupidez costumam andar juntas. Seguidas de perto por pontos e suturas.
- Se um homem me disse isso eu encheria ele de porrada.
- Eu sou um homem!
- Quero dizer, um homem muito menor! (ALLEN, Woody)
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4 de maio de 2009
Tay know's it better:
Radiojornalismo não é uma matéria muito difícil. É só ter atenção redobrada na hora de escrever os textos manchetados e uma certa “informalidade jornalística” na hora da gravação que você dá conta do recado, se não pretender se tornar um expoente memorável na área, claro.
Hoje, no entanto, ao ter a primeira aula prática no estúdio de rádio, tive alguns problemas com o mais banal dos pré-requisitos para ser um bom radiojornalista: respirar. Sim, porque todo jornalista respira. Alguns mais, outros menos, mas todos possuem esse talento nato.
Enquanto ensaiava meu texto nem pensei que teria dificuldades em praticar esse ato, no qual sou tão exímio há tantos anos. Foi só receber o sinal do produtor para começar a falar, no entanto, que perdi o fio da meada. Ia despejando frase após frase sobre a doença da Ministra Dilma enquanto imaginava meu pulmão se esvaziando e não sabia como reverter o processo.
Depois do primeiro parágrafo, tentei expirar pela boca; recebi como resposta um sonoro gwhaaahhhh pelos fones de ouvido. A surpresa foi o bastante pra me fazer tentar segurar o ar por dois parágrafos. Chegando ao final do primeiro, sem saber mais o que estava falando, resolvi tentar usar o nariz. Sim, o nariz! Por que não pensei nisso antes? Terminava o parágrafo me preparando para inspirar com todas as minhas forças e sem proferir um som. Quando terminei a frase, fui com tudo; dessa vez fui surpreendido por um (des)agradável fffiiiiiiii, resultado da minha carne esponjosa.
Depois de terminar de gravar e passar pela frustração de ouvir novamente o fffiiiiiiii quando o professor quis reproduzir as notícias gravadas, descobri a solução. Aproveitando a falta de câmeras no estúdio e a minha (nenhuma) agilidade corporal, da próxima vez, **I’ll move away from the mic to breathe in.
Hoje, no entanto, ao ter a primeira aula prática no estúdio de rádio, tive alguns problemas com o mais banal dos pré-requisitos para ser um bom radiojornalista: respirar. Sim, porque todo jornalista respira. Alguns mais, outros menos, mas todos possuem esse talento nato.
Enquanto ensaiava meu texto nem pensei que teria dificuldades em praticar esse ato, no qual sou tão exímio há tantos anos. Foi só receber o sinal do produtor para começar a falar, no entanto, que perdi o fio da meada. Ia despejando frase após frase sobre a doença da Ministra Dilma enquanto imaginava meu pulmão se esvaziando e não sabia como reverter o processo.
Depois do primeiro parágrafo, tentei expirar pela boca; recebi como resposta um sonoro gwhaaahhhh pelos fones de ouvido. A surpresa foi o bastante pra me fazer tentar segurar o ar por dois parágrafos. Chegando ao final do primeiro, sem saber mais o que estava falando, resolvi tentar usar o nariz. Sim, o nariz! Por que não pensei nisso antes? Terminava o parágrafo me preparando para inspirar com todas as minhas forças e sem proferir um som. Quando terminei a frase, fui com tudo; dessa vez fui surpreendido por um (des)agradável fffiiiiiiii, resultado da minha carne esponjosa.
Depois de terminar de gravar e passar pela frustração de ouvir novamente o fffiiiiiiii quando o professor quis reproduzir as notícias gravadas, descobri a solução. Aproveitando a falta de câmeras no estúdio e a minha (nenhuma) agilidade corporal, da próxima vez, **I’ll move away from the mic to breathe in.
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2 de maio de 2009
Para Ali:
Palestra
Quinta-feira, 30 de abril às 19h
Tema: Bullies - Tiranos, valentões e pessoas difíceis
Palestrantes: Sergio Kodaro, Valdeniza Sire Saviano e Ana Luiza Ferraz
Local: Livraria Cultura Bourbon Shopping Pompéia - Rua Turiassú, 2100 - São Paulo/SP
Como conviver com os tiranos e valentões que estão por toda parte e evitar que nos prejudiquem? Nesta quinta-feira, Sergio Kodaro, Valdeniza Sire Saviano e Ana Luiza Ferraz estarão na Livraria Cultura para uma palestra com o tema 'Bullies – Tiranos, valentões e pessoas difíceis', em que ensinarão como lidar com pessoas difíceis e agressivas.
Quinta-feira, 30 de abril às 19h
Tema: Bullies - Tiranos, valentões e pessoas difíceis
Palestrantes: Sergio Kodaro, Valdeniza Sire Saviano e Ana Luiza Ferraz
Local: Livraria Cultura Bourbon Shopping Pompéia - Rua Turiassú, 2100 - São Paulo/SP
Como conviver com os tiranos e valentões que estão por toda parte e evitar que nos prejudiquem? Nesta quinta-feira, Sergio Kodaro, Valdeniza Sire Saviano e Ana Luiza Ferraz estarão na Livraria Cultura para uma palestra com o tema 'Bullies – Tiranos, valentões e pessoas difíceis', em que ensinarão como lidar com pessoas difíceis e agressivas.
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1 de maio de 2009
Reducionismo do dia:
Se eca fosse bom não seria uma expressão de nojo.
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30 de abril de 2009
Post resposta:
Referência: http://sonhosdepadaria.blogspot.com/2009/04/conversa-roubada.html
Já eu, atravessando a rua com uma amiga, ouvi um homem falar pra quem estava do outro lado da linha: "Ah, é a vaca da mãe dele".
Já eu, atravessando a rua com uma amiga, ouvi um homem falar pra quem estava do outro lado da linha: "Ah, é a vaca da mãe dele".
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Epifania:
Você se dá conta da falência da sua vida amorosa quando percebe que a última vez que teve contato prolongado com alguém foi recebendo massagem no salão de cabeleireiros.
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29 de abril de 2009
Pergunte-me como:
Recebi, na esquina da Al. Santos com a Al. Campinas, um "convite pessoal" do Espaço Vida Saudável, que promete "eliminar o excesso de peso e a gordura localizada"; me senti ofendido.
Juro que, se for abordado ainda hoje por um vendedor da herbalife, acabo nas páginas policiais.
Juro que, se for abordado ainda hoje por um vendedor da herbalife, acabo nas páginas policiais.
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28 de abril de 2009
Bicho-papão:
Dou boa noite para a minha mãe e venho para o quarto. Fecho a porta e entro no banheiro. Enquanto escovo os dentes começo a ouvir, vindo de lá de fora, o tema de Vicky Cristina Barcelona. Enxáguo as pérolas e olho pela janela. Não vejo nada. Apago a luz, desligo a televisão e me deito. De novo, começa o tema do filme. Abro a janela, olho lá fora e não vejo nada. Fecho a janela, me levanto e saio do quarto. Abro a porta:
- Mãe, tem um Woody Allen embaixo da minha cama.
- Mãe, tem um Woody Allen embaixo da minha cama.
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Ontem, hoje e sempre:
Trim, trim.
- Agência Cásper Júnior, Fernando.
- Alô? É da Gazeta?
¬¬
- Agência Cásper Júnior, Fernando.
- Alô? É da Gazeta?
¬¬
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27 de abril de 2009
Aviso aos "artistas circenses" amadores dos semáforos de SP:
Utilizar somente duas bolas NÃO é malabarismo.
Grato.
Grato.
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30 de janeiro de 2009
Virando o jogo
Depois de toda a barulheira sobre o apoio a Sarney para a presidência do Senado, o PSDB declarou-se do lado de Tião Viana (PT-AC), trazendo uma nova dinâmica para o pleito que era considerado ganho pelo PMDB. Ao que tudo indica, Sarney foi deixado de lado porque o PSDB não conseguiria todos os cargos no Senado que pleiteava em troca do apoio - que incluem a vice-presidência e a quarta secretaria da Casa. Para completar, Viana declarou-se contra a PEC [proposta de emenda constitucional] do terceiro mandato, principal exigência dos tucanos. Negociatas à parte, não deixa de ser estranho ver o PSDB apoiando uma candidatura do Partido dos Trabalhadores para um cargo tão importante dentro do governo.
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29 de janeiro de 2009
Fogo Amigo
O PSDB declarou que apoiará a candidatura de José Sarney à presidência do Senado, em troca do boicote a qualquer tipo de "golpe" do governo em busca do terceiro mandato para Lula. Para quem não se lembra, o deputado Devanir Ribeiro começou seu devaneio há pouco mais de um ano, se não me engano, quando lançou no ar a idéia de uma emenda constitucional que permitiria a Lula se "re-reeleger".
Muito já foi dito à época sobre a necessidade da alternância de poder para a saúde de uma democracia, o que, para bons entendedores, foi o bastante para que parássem com aquela besteira de "o FHC deu o 'golpe da reeleição'".
Noves fora, em janeiro surgiram notícias preocupantes. No último dia 16, durante uma entrevista coletiva em El Dilúvio, no norte da Venezuela, o Presidente Lula defendeu a iniciativa de Hugo Chávez de buscar a reeleição ilimitada (ressaltando que essa não é uma opção para o Brasil). Até ai, sem problemas, o referendo é uma ferramenta legítima e pode ser usada de tempos em tempos. No entanto, ontem (28), em campanha pelo tal referendo, Chávez declarou que haverá guerra civil na Venezuela se a oposição voltar a governar o país. Resta saber qual será a repercussão disso nos próximos dias, e qual será o comentário de Lula sobre essa atitude do companheiro Chávez.
Muito já foi dito à época sobre a necessidade da alternância de poder para a saúde de uma democracia, o que, para bons entendedores, foi o bastante para que parássem com aquela besteira de "o FHC deu o 'golpe da reeleição'".
Noves fora, em janeiro surgiram notícias preocupantes. No último dia 16, durante uma entrevista coletiva em El Dilúvio, no norte da Venezuela, o Presidente Lula defendeu a iniciativa de Hugo Chávez de buscar a reeleição ilimitada (ressaltando que essa não é uma opção para o Brasil). Até ai, sem problemas, o referendo é uma ferramenta legítima e pode ser usada de tempos em tempos. No entanto, ontem (28), em campanha pelo tal referendo, Chávez declarou que haverá guerra civil na Venezuela se a oposição voltar a governar o país. Resta saber qual será a repercussão disso nos próximos dias, e qual será o comentário de Lula sobre essa atitude do companheiro Chávez.
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22 de janeiro de 2009
Tiro pela culatra
Da Bandnews: "Nove homens foram presos em São Paulo. Eles são suspeitos de serem integrantes da Gangue da Marcha a Ré".
Sério, Gangue da Marcha a Ré? Jura? Esse é o nome escolhido para um grupo de criminosos vis e sanguinários? Marcelo Mansfield tem razão, nenhum dos nossos bandidos tem nome decente.
Gangue da Marcha a Ré... nossaquemedomesalvasuperhomem.
Sério, Gangue da Marcha a Ré? Jura? Esse é o nome escolhido para um grupo de criminosos vis e sanguinários? Marcelo Mansfield tem razão, nenhum dos nossos bandidos tem nome decente.
Gangue da Marcha a Ré... nossaquemedomesalvasuperhomem.
21 de janeiro de 2009
Bócio
O bócio me fez assistir a um programa sobre o Ulysses Guimarães. O bócio me fez assistir ao quadro do Dráuzio Varella no Fantástico. O bócio me fez me sentir gordo. O bócio de um rapaz fê-lo comer sal iodado. O bócio me fez pensar em escrever essa resposta. O bócio me fez ficar de papo pro ar.
Primeira Gafe
O trabalho dele era simples. Muito simples. E em frente a mais de um milhão de pessoas, em uma celebração que será lembrada por anos a fio, John Roberts, o Presidente da Suprema Corte dos EUA, comete a primeira gafe do governo Obama: troca a ordem de "fielmente"(faithfully) e erra o juramento Presidencial. Nunca antes na história daquele país alguém deve ter desejado tanto um saco de papel para colocar na cabeça.
"Eu, Barack Hussein Obama, juro solenemente cumprir fielmente as funções de Presidente dos Estados Unidos e, com todos os meios ao meu alcance, salvaguardar, proteger e defender a Constituição dos Estados Unidos"
2 de janeiro de 2009
Por onde andará Fê Meirelles?
DOCUMENTÁRIO DE FICÇÃO
Faltando cinco minutos para começar o espetáculo, soa o segundo sinal. O elenco reúne-se nos bastidores e espera para entrar em cena. Cássio e Iago, devidamente caracterizados, conversam em um canto. Soa o terceiro sinal e a peça tem início. Após a cena inicial de Iago e Rodrigo, o contra-rega dirige-se ao camarim de Desdêmona. Batidas surdas na porta são seguidas de silêncio. O contra-regra chama, sem resposta. Abre a porta e encontra, tombada de lado, a cadeira vazia com a inscrição no encosto: Fê Meirelles.
Desaparecida desde 27 de setembro, a estrela do teatro paulistano foi vista pela última vez maquiando-se para representar novamente o papel que alçou-a ao estrelato. Segundo Marcella Rica, que interpreta Emilia, nada de incomum aconteceu: “Eu entrei no camarim e ela já estava lá. Sentei na minha cadeira e comecei a abrir a caixa de maquiagem quando começamos a conversar. Ela não disse nada fora do normal, nada que pudesse indicar o que aconteceu. Quando terminei, guardei minhas coisas e encostei minha cadeira. Ela estava muito bem quando saí para encontrar o resto do elenco nas coxias. Estava até calma demais.”
Já o diretor Marcus Alvisi conta que ele e Fernanda discutiram seriamente na véspera. “Nós havíamos acabado de ensaiar a cena final quando ela veio conversar comigo. Disse que estava cansada dos atritos com partes do elenco, que não estava conseguindo lidar com isso. Eu disse que não havia o que fazer, que ela tinha que se controlar e que tinha toda a experiência de anos de carreira para ajudá-la. Então ela simplesmente se descontrolou, o que não é nada normal. Ela sempre foi uma pessoa centrada, nunca deixou transparecer nada. Sem dúvida, é a atriz mais profissional e talentosa com quem já trabalhei”, completa o diretor, que já realizou montagens em parceria com lendas do teatro, como Denise Fraga, e Fernanda Montenegro. “Ela era muito modesta. Não sabia – ou não aceitava – o fato de ser muito melhor do que sua mentora, Fernanda Montenegro”, conclui, referindo-se a Meirelles no pretérito imperfeito.
A parceria de Fê Meirelles com sua axará começou em 2008, depois da morte de Fernando Torres, o marido de Fernanda Montenegro. O ator, que morreu de enfisema pulmonar em sua casa em Ipanema, no Rio de Janeiro, foi cremado, não havendo velório. Fê Meirelles, então no Rio para cinco apresentações de “Vestido de Noiva”, de Nelson Rodrigues, dirigiu-se à casa de Fernanda Montenegro para oferecer seus pêsames. A atriz veterana descreve o encontro: “A Fé é encantadora. Ela chegou e tocou a minha campainha. Quando abri a porta ela timidamente se apresentou como atriz e admiradora e me ofereceu seus pêsames. Eu precisava urgentemente de alguém com quem conversar e tivemos uma empatia imediata. Ela se sentou e comecei a desabafar com ela, como se já a conhecesse há muito tempo. A certa altura, me descontrolei e comecei a chorar. A Fê me consolou e dirigiu-se à minha cozinha, como se estivesse em casa. Abriu os armários até encontrar uma chaleira e a caixa de chá de camomila. Encheu a chaleira, esperou a água ferver e pegou uma xícara do armário. Quando ela voltou à sala, com o chá, vi que ela tinha pegado a xícara que o Fernando me deu no nosso primeiro aniversário de casamento. Foi tudo o que eu precisei para me convencer de que ela era especial”. Após cinco anos de uma pareceria de sucesso, Meirelles estreou sua primeira grande peça, “A Senhora dos Afogados”, de Nelson Rodrigues. Recebida muito bem pela crítica, a jovem atriz usou da peça seu trampolim para o sucesso e nunca mais deixou de subir.
As duas semanas do desaparecimento de Fê Meirelles já foram o bastante para que muitos boatos surgissem sobre a atriz, que sempre gozou de uma vida pessoal reservada. Fofocas de fãs-clubes especulam sobre o possível envolvimento do ex-marido da atriz, o colega de profissão Wagner Moura. Filósofos defendem a tese de Fê ter fugido para a Espanha, encantada pelo magnetismo do quadro “Las Meninas”, de Velásquez, e antropólogos debatem a possibilidade de a atriz ter largado sua vida de conforto na metrópole e, em um ataque de (neo)neo-arcadismo, emigrado para o seio de uma tribo Bororo, no norte do país. A verdade é que ninguém sabe o paradeiro de Fê Meirelles, a não ser, talvez, por alguns caciques, pajés e vigias de museus em Madri.
Desaparecida desde 27 de setembro, a estrela do teatro paulistano foi vista pela última vez maquiando-se para representar novamente o papel que alçou-a ao estrelato. Segundo Marcella Rica, que interpreta Emilia, nada de incomum aconteceu: “Eu entrei no camarim e ela já estava lá. Sentei na minha cadeira e comecei a abrir a caixa de maquiagem quando começamos a conversar. Ela não disse nada fora do normal, nada que pudesse indicar o que aconteceu. Quando terminei, guardei minhas coisas e encostei minha cadeira. Ela estava muito bem quando saí para encontrar o resto do elenco nas coxias. Estava até calma demais.”
Já o diretor Marcus Alvisi conta que ele e Fernanda discutiram seriamente na véspera. “Nós havíamos acabado de ensaiar a cena final quando ela veio conversar comigo. Disse que estava cansada dos atritos com partes do elenco, que não estava conseguindo lidar com isso. Eu disse que não havia o que fazer, que ela tinha que se controlar e que tinha toda a experiência de anos de carreira para ajudá-la. Então ela simplesmente se descontrolou, o que não é nada normal. Ela sempre foi uma pessoa centrada, nunca deixou transparecer nada. Sem dúvida, é a atriz mais profissional e talentosa com quem já trabalhei”, completa o diretor, que já realizou montagens em parceria com lendas do teatro, como Denise Fraga, e Fernanda Montenegro. “Ela era muito modesta. Não sabia – ou não aceitava – o fato de ser muito melhor do que sua mentora, Fernanda Montenegro”, conclui, referindo-se a Meirelles no pretérito imperfeito.
A parceria de Fê Meirelles com sua axará começou em 2008, depois da morte de Fernando Torres, o marido de Fernanda Montenegro. O ator, que morreu de enfisema pulmonar em sua casa em Ipanema, no Rio de Janeiro, foi cremado, não havendo velório. Fê Meirelles, então no Rio para cinco apresentações de “Vestido de Noiva”, de Nelson Rodrigues, dirigiu-se à casa de Fernanda Montenegro para oferecer seus pêsames. A atriz veterana descreve o encontro: “A Fé é encantadora. Ela chegou e tocou a minha campainha. Quando abri a porta ela timidamente se apresentou como atriz e admiradora e me ofereceu seus pêsames. Eu precisava urgentemente de alguém com quem conversar e tivemos uma empatia imediata. Ela se sentou e comecei a desabafar com ela, como se já a conhecesse há muito tempo. A certa altura, me descontrolei e comecei a chorar. A Fê me consolou e dirigiu-se à minha cozinha, como se estivesse em casa. Abriu os armários até encontrar uma chaleira e a caixa de chá de camomila. Encheu a chaleira, esperou a água ferver e pegou uma xícara do armário. Quando ela voltou à sala, com o chá, vi que ela tinha pegado a xícara que o Fernando me deu no nosso primeiro aniversário de casamento. Foi tudo o que eu precisei para me convencer de que ela era especial”. Após cinco anos de uma pareceria de sucesso, Meirelles estreou sua primeira grande peça, “A Senhora dos Afogados”, de Nelson Rodrigues. Recebida muito bem pela crítica, a jovem atriz usou da peça seu trampolim para o sucesso e nunca mais deixou de subir.
As duas semanas do desaparecimento de Fê Meirelles já foram o bastante para que muitos boatos surgissem sobre a atriz, que sempre gozou de uma vida pessoal reservada. Fofocas de fãs-clubes especulam sobre o possível envolvimento do ex-marido da atriz, o colega de profissão Wagner Moura. Filósofos defendem a tese de Fê ter fugido para a Espanha, encantada pelo magnetismo do quadro “Las Meninas”, de Velásquez, e antropólogos debatem a possibilidade de a atriz ter largado sua vida de conforto na metrópole e, em um ataque de (neo)neo-arcadismo, emigrado para o seio de uma tribo Bororo, no norte do país. A verdade é que ninguém sabe o paradeiro de Fê Meirelles, a não ser, talvez, por alguns caciques, pajés e vigias de museus em Madri.
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