19 de março de 2010

Um pouco de teoria não faz mal


A OSESP acaba de lançar um novo programa de palestras e educação musical: Música na Cabeça. Além das aulas do Falando de Música na OSESP (todo dia de concerto, uma hora e quinze minutos antes do começo do espetáculo), o público agora vai ter a oportunidade de aprender mais com aulas mais profundas ministradas por professores conceituados. A iniciativa é uma parceria da OSESP com o jornal O Estado de S. Paulo e começa no dia 24/03, às 19h30, com a palestra Os Mundos de Mahler, ministrada pelo professor da USP Jorge de Almeida. Mas, atenção, as vagas são limitadas.

Inscrições aqui.

17 de março de 2010

Antes tarde do que nunca

A noite de sexta-feira (12) não começou muito bem para a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo: a execução da Fanfare de Paul Dukas, apesar do bom desempenho dos metais, foi insossa e não empolgou o público, aparentemente formado em sua maioria por neófitos (é interessante notar a diferença entre o comportamento dos iniciantes e dos já habituados às salas de concerto).

Parte do ballet La Péri, composto por Dukas em 1911, a Fanfare poderia ter sido uma abertura divertida para a noite, mas foi tratada sem o devido brilho que a ausência das cordas em uma composição exige dos demais instrumentos.

O que era para ser o destaque da noite, a execução do Don Quixote de Richard Strauss com o violoncelista Guy Johnston, não decepcionou; mas, para um solista que tocou o Concerto para Violoncelo de Elgar no BBC Proms, maior festival de música erudita do Reino Unido, o desempenho de Johnston ficou aquém do esperado (merece destaque especial, no entanto, a viola de Giovanni Pasini, solista da OSESP, que travou belíssimos diálogos com o cello de Johnston, especialmente na primeira e terceira variações).

O melhor da noite ficou, quem diria, para depois do intervalo: uma encantadora interpretação dos Nocturnes de Debussy, repleta de lirismo e ainda com o desempenho impecável do coro feminino da OSESP, e uma Dança dos Sete Véus (também de Strauss) vibrante, retratando com precisão a perturbadora dança que Salomé executa para Herodes, deixaram o público em transe, encerrando muito bem as participações de Tortelier à frente da orquestra nestes primeiros meses de 2010.