6 de maio de 2008

O Faxineiro
Parte II

Pedro Almodóvar – Penélope Cruz, com uma vassoura vermelha nas mãos, varre o chão de uma casa, em um vilarejo próximo a Madrid. Carmen Maura, na casa ao lado, segurando uma carne trêmula, entre viva e morta, tem um ataque de nervos... vermelho, claro.

Por Vivyane Garbelini

5 de maio de 2008

O Faxineiro

Swush, swush...


Depois de assitir ao "A Fonte da Donzela", comecei a me perguntar como Bergman contaria uma história do cotidiano, como, por exemplo, sobre um faxineiro varrendo um andar de um prédio genérico. E como eu tenho esse tempo livre para inutilidades, comecei a pensar como vários diretores fariam essa empreitada.

Woody Allen – Um faxineiro neurótico e com mania de perseguição(interpretado por Allen) trabalha em um prédio comercial durante o dia, quando faz suas investidas na secretária (interpretada por Scarlett Johansson) e toca clarinete em um clube de jazz durante a noite.

Igmar Bergman – O faxineiro (interpretado por Max Von Sydow) trabalha - filmado com uma fotografia em preto e branco - e declama para si mesmo:
- Pó. Sim, pó, todos seremos pó. Todos somos pó. A águia que levantou vôo, o peixe seco e solitário e o cão sarnento. Sim, pó. Depois larga a vassoura e vai jogar xadrez.

Luis Buñuel – Enquanto o faxineiro varre, alheio a tudo, uma vaca passa ao fundo arrastando dois pianos e um gato. O faxineiro, então, tira do bolso de suas calças uma escada, que usa para pegar uma caixa e libertar quinze macacos; os macacos cortam seu olho com uma navalha.

Tim Burton – Interpretado por Johnny Depp, o faxineiro trabalha e canta a trilha composta por Danny Elfman, sonhando com uma vida melhor.

Sergei Eisenstein – Cansado da exploração, o faxineiro discursa no Sindicato dos Faxineiros em cima de um caixote e convence seus colegas de profissão a lutarem contra a exploração capitalista usando suas vassouras.

Quentin Tarantino – O faxineiro tem seu trabalho interrompido por quinze homens armados com espadas, que invadem o prédio para vingar seu mestre. Ele luta com os quinze usando sua vassoura; e vence.

4 de maio de 2008

And Now for Something Completely Different
A man with three noses
Como não dar vexame em salas de concerto
Em quatro passos básicos

Cof cof!

1 – Não aplauda entre os movimentos de uma peça. As pausas têm razão para existir. Se não a tivessem, não existiriam, como em algumas peças do fim do romantismo (Rach 3, por exemplo).

2 – Tente não acompanhar o tema da peça batendo os pés. Também não vale tamborilando na cadeira, espremendo seu copinho de plástico ou usando sua voz de soprano. De instrumentos de som estranho já bastam aqueles coitados que ficam no fundo da orquestra.

3 – Resista à tentação de tossir entre os movimentos só para imitar os outros. Você não está no seu check-up mensal e, por mais que você queira, ninguém vai te dar a vez pra falar, mesmo.

4 – Lembre-se: dentro da sala também age a lei da gravidade. O programa que está no seu colo não vai flutuar no ar se escorregar da sua perna.

E lembre-se também: (não) dar vexame é uma arte, então (não) pare por aqui.