Muito foi falado sobre o caso dos grampos telefônicos ilegais instalados nos aparelhos do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. Medidas sérias foram tomadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que decidiu afastar temporariamente nesta segunda-feira, 1º, toda a cúpula da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O caso é sério. A utilização desses dispositivos é uma atividade ilegal e, segundo o diretor-geral da Agência, Paulo Lacerda, a Abin não instala grampos.
O problema é o foco da história, voltado somente para a questão da instalação dos grampos. Nenhum veículo levantou suspeitas sobre o teor da conversa entre o presidente do STF, Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).
A transcrição de dois minutos do telefonema de 15 de julho mostra Demóstenes pedindo a Gilmar ajuda contra a decisão de um juiz de Roraima, que teria impedido uma testemunha de depor na CPI da Pedofilia, da qual é relator. No diálogo, Mendes agradece ao senador por ter criticado o pedido de impeachment do presidente do STF, feito por um grupo de promotores descontentes com habeas corpus concedido ao banqueiro Daniel Dantas.
Tal troca de favores parece, no mínimo, suspeita, principalmente quando um Senador da República pede para um juiz, na condição de presidente do Supremo Tribunal Federal, intervir na decisão de um colega de magistratura.
Das duas uma: ou a atenção foi muito habilmente desviada pelos envolvidos no proto-escândalo, enganando a todos, ou esse tipo de atividade se tornou tão comum no país que nem os membros da imprensa se sentem incomodados o bastante para criticar.
1 de setembro de 2008
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Um comentário:
acredito que as duas alternativas são possíveis.
(ótimo dia para recomeçar o blog ;D)
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